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CADERNO DE RESUMOS

Colóquio Modernismos no Rio

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MESA 1 | Artes visuais e as identidades nacionais

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Formação de um Banco de Imagens: Iconografia da Ilustração Brasileira

Alexandre Linhares Guedes – UFRRJ

Uma das metas do Laboratório de Pesquisa em Ilustração (LaPI), coordenado pelos professores Maria das Graças Muniz Lima (EBA-UFRJ), Alexandre Linhares Guedes (CBA-ICHS-UFRRJ), entre outros membros colaboradores, é a criação de um banco de imagens para que pesquisadores interessados no estudo da ilustração possam ter acesso a material publicável. Até o presente momento foram selecionadas mais de 2.000 imagens oriundas de acervos públicos e privados. O referencial teórico está relacionado a publicações que abordam o estudo da imagem (Johannes Itten e Rudolf Arnheim) e da história da arte (Aby Warburg e Michael Baxandall), do design (Chico Homem de Melo, Philip B. Meggs e Rafael Cardoso) e da ilustração (Joyce Irene Whalley, Regina Yolanda e Susan Doyle). A metodologia está alicerçada no seguinte tripé: iconografia (levantamento visual), catalogação (sistematização das fontes visuais) e reflexão (abordagem discursiva relativa à pesquisa). Obteve-se como resultado parcial a seleção de um acervo de imagens pouco conhecido do público em geral. A autoria das ilustrações é de artistas como Antônio Paim Vieira (1895-1988), Cornélio Penna (1896-1958), Henrique Cavalleiro (1882-1975), Jefferson Ávila Júnior (1898-1973), Oswaldo Teixeira (1905-1974), Roberto Rodrigues (1906-1929), Umberto Della Latta (1883-1961), entre outros. Todos atuaram no Brasil da primeira metade do século XX, em periódicos (revistas) e livros (capas e ilustrações)

Palavras-chave: Iconografia, ilustração, Imagem, Livro, Periódicos 

 

Ilustração Brasileira construindo um olhar nacional – o livro ilustrado

Graça Lima – EBA / UFRJ

A trajetória da ilustração para crianças no Brasil - editora Melhoramentos construindo um uma identidade nacional. A construção de um imaginário a partir da vinda da família real portuguesa. O acervo trazido e o início da produção de livros no Brasil.

Palavras-chave: Livro infantil ilustrado. Arte. Ilustração


Na cadência da caricatura – o samba nas revistas ilustradas da Era Vargas

Flavio Mota de Lacerda Pessoa (Flávio Pessoa) – PPGAV, Escola de Belas Artes UFRJ

Ao longo de minha pesquisa de doutorado (PPGAV-EBA-UFRJ, 2021) sobre as representações caricaturais do povo brasileiro publicadas nas revistas satíricas ilustradas O Malho e Careta, durante a Primeira República. Me causou forte inquietação a relativa escassez de desenhos de humor que faziam referências à música popular brasileira. Procurando compreender as possíveis causas desse silêncio, prevalece a meu ver, o histórico preconceito social e racial dominante que ecoava entre os veículos de comunicação de maior alcance, voltados a leitores de diferentes perfis, de todas as camadas sociais. Suas páginas reproduziam em crônicas, fotografias e ilustrações a vida social e cultural moderna cotidiana da Capital Federal e é presumível que essas representações passassem por um filtro que selecionava o que era adequado às famílias das classes média e alta da sociedade carioca, de acordo com os valores dominantes do período, marcado por preconceito racial e social. Silenciada tanto nas festas do centenário da Independência como na Semana de Arte Moderna e nos movimentos por ela desencadeados, a música popular iria se estabelecer como principal produto cultural de exportação e elemento diferenciador de identidade nacional, ao longo da década de 1930.  Neste artigo proponho investigar como as expressões musicais geradas nos redutos de raízes africanas do Rio de Janeiro foram representadas ou ignoradas pelo desenho de humor na Primeira República e , posteriormente, no primeiro decênio da Era Vargas.  Acreditamos que a reformulação do pensamento social brasileiro a partir da concepção positiva de Gilberto Freyre, bem como a expansão da rádio e da indústria fonográfica são fatores determinantes, que devem provocar uma presença mais frequente e constante de representações gráficas da música popular nas revistas ilustradas, ao longo da década de 1930.

Palavras-chave: Caricaturas; revistas ilustradas; música popular; samba

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Antropofagia em Hélio Oiticica

Alexandre Sá – UERJ

Propõe-se com esta comunicação, analisar as possíveis aproximações entre as obras e os escritos produzidos pelo artista plástico Hélio Oiticica entre os anos de 1960 e 1970 e o legado modernista da Antropofagia de Oswald de Andrade, de modo a discutir a produção artística, teórica e crítica de Hélio Oiticica, em relação à experiência do corpo na cidade diante da alteridade, como um processo de devoração capaz de suspender as relações de colonizado e colonizador, problematizando assim os discursos históricos já instituídos e investindo nas intermitências entre o local e o global. 

Palavras-chave: arte brasileira, arte contemporânea, Hélio Oiticica, antropofagia

 

MESA 2 | Vários caminhos literários 

 

O legado de Manuel Bandeira para a consagração do patrimônio literário modernista

André Luís Mourão de Uzêda – UFRJ          

Neste trabalho, aproximamos a crítica literária dos estudos sobre patrimônio cultural brasileiro. A partir do volume Crônicas da província do Brasil (1937), de Manuel Bandeira, analisamos como o poeta pernambucano assume, em tais crônicas, o lugar de autoridade no exercício da crítica para legitimar o panteão de autores que compõe a memória consagrada de nosso patrimônio literário. O rol de eleitos constitui-se em um legado de Bandeira para o que Eduardo Coelho (2022) denominou “a memória modernista”, aquela responsável por retroalimentar a “construção de um lastro modernizante a partir das artes brasileiras”. Nesse sentido, atentamos não apenas para a posição consagrada de Bandeira, poeta renomado desde 1930 com a publicação de Libertinagem, mas também para seu lugar consagrador: como membro do conselho consultivo do SPHAN desde 1937 e integrante desde 1940 da ABL, o escritor ocupa um lugar prestigioso para definir quem deve ou não integrar tal panteão. Assim, diante das crônicas do poeta, propomos debater sobre a recepção de obras e autores modernos na preservação da memória literária modernista brasileira.

Palavras-chave: Crônicas da província do Brasil; Manuel Bandeira; Memória modernista; Patrimônio literário.

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Poesia e pintura: o surrealismo à moda brasileira de Murilo Mendes

Raphael Salomão Khéde – UERJ

Murilo Mendes (1901-1975) é reconhecido pela sua dupla especificidade: por ser um poeta da chamada segunda fase do Modernismo brasileiro, sobretudo por conta de seus três primeiros livros, Poemas, História do Brasil e o Visionário, influenciados pelo humor dos poemas-piada de Oswald de Andrade; e por ser um poeta surrealista, que se distingue pela construção de imagens insólitas em seus poemas. Na fase italiana (1957-1975), em textos poéticos ou de prosa poética, Murilo Mendes refletiu sobre o surrealismo do ponto crítico e memorialista. O objetivo deste trabalho é reconstruir, através da análise dos textos do poeta brasileiro, a relação da sua poesia com o surrealismo, a partir de um duplo percurso: as características surrealistas da sua obra, apontadas pela crítica, e a própria reflexão do poeta sobre o seu processo de assimilação do surrealismo.

Palavras-Chave: Murilo Mendes, literatura brasileira, surrealismo, poesia, artes plásticas

 

Mário de Andrade e Carlos Lacerda: correspondência e revisão do modernismo

Rodrigo Jorge Ribeiro Neves – UERJ

As cartas de Mário de Andrade e Carlos Lacerda são o objeto de nossa investigação. A reunião da correspondência recíproca e anotada dos documentos trocados pelos dois escritores revelam aspectos não apenas de suas respectivas trajetórias intelectuais, mas também do modernismo, ou modernismos, em que outros personagens e eventos se articulam. As relações e tensões entre a criação artística e o engajamento político-ideológico atravessam grande parte desse diálogo, refletindo em suas obras e nos modos como se constituem as redes de sociabilidade. Nota-se, na intensa troca de cartas entre Mário de Andrade e Carlos Lacerda, a constituição de um legado modernista. A relação epistolar com Carlos Lacerda foi fundamental para uma guinada política na estética de Mário de Andrade, resultando em uma compreensão do papel do modernismo brasileiro nas dinâmicas contemporâneas em torno das relações entre arte, cultura e sociedade.

Palavras-chave: Mário de Andrade. Carlos Lacerda. Modernismo brasileiro. Epistolografia

 

O livro “Rio de Janeiro em prosa e verso” (1965) como construção de lugar de memória

Vicente Saul Moreira dos Santos – UFRJ

Esta comunicação aborda representações da cidade do Rio de Janeiro através de textos literários, especialmente, publicados no livro "O Rio de Janeiro em prosa & verso", organizado por Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade. Para dar conta das complexas relações entre produção literária e a cidade, pretendo traçar relações entre história do Brasil e do espaço urbano com construções de memória realizadas por literatos que foram compiladas na publicação de 1965. A cidade do Rio através da perspectiva desses autores se tornou um lugar de memória, nos termos do historiador Pierre Nora. 

Palavras-chave:  Rio de Janeiro, Memória, Literatura

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MESA 3 | Nas margens do modernismo?

 

Modos de vestir e racismo no Brasil Modernista:

reflexões a partir da trajetória de Hemetério José dos Santos (1858-1939)

Rosemeri Conceição – PPGAV-UFRJ

Esta comunicação investiga a trajetória do professor Hemetério José dos Santos (1858-1939), homem preto, professor,  defensor da valorização das culturas negras e atuante no Rio de Janeiro. Através  de artigos e charges produzidos pela imprensa, podemos examinar como seus modos de vestir, em perfeito diálogo com as regras da modernidade, lançam luz sobre a busca pela inserção social, mas principalmente apontam para enfrentamentos e escolhas estéticas  semelhantes  aos de outros homens no universo afro atlântico. Indo além, revelam  um corpus documental ainda ignorado pela História da Cultura Visual do período.  

Palavras-chave: Modos de vestir, Homens pretos, Cultura Visual, estéticas afro-atlânticas


A modernidade na conduta da mulher da década de 1920 revelada nas páginas de Madame Pommery e da revista A Maçã

Aline Haluch – UFF

Com base na análise da revista A Maçã e do livro Madame Pommery, de Hilário Tácito, foram identificadas condutas modernizadoras estabelecidas por mulheres da década de 1920, especialmente por aquelas que transitavam pela vida mundana e dos espaços de prostituição, das cidades do Rio de Janeiro e de São Paulo. Essas condutas modernizadoras dos dois espaços urbanos considerados neste trabalho serão apresentadas aqui, evidenciando-se similaridades e dissimilitudes entre elas. Como resultado da leitura e análise do discurso do livro Madame Pommery, também será apresentado o livro de artista desenvolvido no Grupo de Estudo do Livro (GEL), cuja construção visual levou em conta a linguagem da capa original e as descrições detalhadas feitas pelo autor do livro.

Palavras-chave: modernismo; representação; livro de artista; design.

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Outros modernismos: Bruno de Menezes, o festejo do mundo e as identidades amazônicas

Carina Lessa – UNESA

Esta comunicação busca apresentar análise estética de poemas de Bruno de Menezes, que se tornou notável em Belém do Pará como um dos enunciadores do modernismo. Em pesquisa realizada na revista Poesia sempre, com o objetivo de pensar os modernismos brasileiros e a relevância de se ressignificar o debate sobre linguagem, pluralidade e identidade, descobriu-se que, em 1993, houve o lançamento de uma coleção denominada "Lendo o Pará", na qual o volume 14 fora dedicado ao escritor. Quase trinta anos depois, sob a batuta das comemorações da Semana de 22, percebemos que Bruno permanece com pouca expansão pelo país e pelo mundo. Destaca-se a relevância de sua produção como pioneira sobre a região amazônica, revelando uma escrita fina, rica no diálogo com outras culturas e em movimento de ruptura com os modelos clássicos de composição desde a publicação de "Arte Nova" na década de 1920.

Palavras-chave: Literatura Brasileira; Bruno de Menezes; modernismos; identidades amazônicas

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Modernidade heterogênea: as diferenças no debate sobre a “catequese indígena”

Pedro Libânio Ribeiro de Carvalho – Fundação Casa de Rui Barbosa

O artigo faz uma etnografia do que era veiculado na imprensa sobre o indigenismo entre 1900 e 1910. Indigenismo é definido invariavelmente como organização de preceitos para a inserção dos povos indígenas nas sociedades dos Estados nacionais. O conceito de catequese indígena passava necessariamente pela ideia de transformação de um em outro. Criar um lugar físico e simbólico para fazer do indígena parte do projeto de nação. A modernidade era a tônica, mas a transformação do índio era uma reorganização de ideias anteriores. Examina os discursos que acompanhavam as três grandes correntes indigenistas e seus representantes no momento: a catequese religiosa privada, leiga privada e leiga estatal. Observando funções, relações causais, filiações ideológicas, acontecimentos discursivos e as ligações com o pensamento cientificista incluindo o Serviço de Proteção aos Índios, primeiro órgão estatal a ter uma metodologia homogenia para os indígenas. 

Palavras-chave: indigenismo, discurso, Rondon, modernidade

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Entre o fogo que tudo derruba e o futuro que não se cumpriu: extração e futuro no modernismo

Eduardo Ferraz Felippe – UERJ

Essa proposta tenciona analisar uma determinada constelação crítica de escritores que denunciavam os desvãos da empresa extrativista no Brasil. A ênfase recairá sobre uma rede de sociabilidade atenta à destruição da Natureza em relação ao tema do futuro da nação em uma tipologia que envolve romances, cartas e ensaios. Trata-se de captar a reiteração de imagens que se questionam acerca da destruição ambiental em contraposição ao futuro prometeico de uma nação crédula de que a extração dos recursos naturais fosse o caminho para o progresso. A expressão da catástrofe em detrimento da utopia, das ruínas do passado em detrimento do futuro em aberto, sem que essa mobilização conceitual expressasse fatalismo, conforme considera Capistrano de Abreu. Ao mesmo tempo, pretendo estudar publicações recentes no campo da literatura e da História que tem demonstrado renovado interesse no tema ambiental, em tempos de Antropoceno, e de que modo podem sugerir entendimentos particulares do modernismo.

Palavras-chave: Natureza – modernismo – Antropoceno – extração.

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