A recente eleição de Ailton Krenak para a Academia Brasileira de Letras, a opção da 35ª Bienal de Arte de São Paulo por priorizar propostas e pessoas próximas às abordagens insurgentes, as recentes montagens das exposições sobre Heitor dos Prazeres no CCBB – RJ e sobre o Funk no Museu de Arte do Rio (MAR), assim como a recepção da crítica acadêmica ao Manifesto Amarelo (2019), nos estimulam a vislumbrar nos espaços hegemônicos de legitimação do saber o alargamento das posturas que apontam para a inviabilidade de descrever a Cultura Brasileira somente a partir dos sistemas de conhecimento que anteriormente lhe definiam.

 

Sensível a essas e outras transformações, o Instituto de Estudos Brasileiros (IEB-USP) reuniu, em julho deste ano, quase uma centena de pesquisadores de todo o Brasil para realizar um balanço crítico do centenário da Semana de Arte Moderna (1922) realizada em São Paulo. Alguns meses depois, com o intuito de dar prosseguimento aos debates e reflexões iniciados no evento paulistano, os estudiosos residentes em nossa cidade vêm a público convidar para o Colóquio Modernismos no Rio.

 

O evento, que ocorrerá nos dias 04 e 05 de dezembro de forma totalmente presencial, é oportunidade ímpar para o público conhecer e debater com pesquisadores cujas interpretações multidisciplinares, forjadas em diferentes universidades, investigam o Modernismo distante dos seus aspectos canônicos. Trata-se agora de absorvê-lo como um termo em disputa, passível de exame e apreensão por grupos das mais diversas clivagens.

 

No primeiro dia, no auditório da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no campus da Praia Vermelha, teremos a conferência de abertura do Prof. Dr. Antônio Herculano Lopes (Fundação Casa Rui Barbosa) e em seguida daremos prosseguimento com a Mesa Redonda 1,  abordando o tema “Artes Visuais e as identidades nacionais”; a Mesa 2 trará o tema “Vários caminhos literários”, enquanto a Mesa 3 discutirá o tema “Nas margens do modernismo?”. No dia seguinte, será a vez de ouvir as conferências da Profa. Dra. Lúcia Lippi de Oliveira, do Prof. Dr. Felipe Scovino, do Prof. Dr. Ricardo Vieira Lima, e Prof. Dr. Antônio Edmilson Martins Rodrigues,  que a partir da Literatura, das Artes Visuais e da Sociologia Urbana / História do Urbanismo ratificam as idiossincrasias do Rio de Janeiro nos universos modernistas.